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segunda-feira, 7 de junho de 2021

Noventa anos!


                                                                                                           

Alexandre Takara

        Por favor, cumprimentem-me. Hoje, 4 de junho, comemoro  noventa anos de existência. Uma sensação estranha me domina: a de  estar às portas da eternidade. E do esquecimento. Ingresso na última década da minha existência. Talvez, forçando um pouquinho, passe dos cem anos. Mais tempo de vida, menos tempo de vida. Segundo a mitologia cristã, farei um breve estágio no purgatório para, depois, ingressar no céu. Minha Beatriz me conduzirá. Ao inferno, tenho certeza, não irei. Porque não cometi pecados mortais. No máximo, o furto de alguns livros na livraria durante a minha juventude. Um dia, fui flagrado e, envergonhado, nunca mais cometi esse delito.

    Quanto a contravenções penais, cometi às centenas, se não aos milhares. Ultrapassei o sinal vermelho do trânsito; joguei papel na rua, emporcalhando a cidade; blasfemei; soltei palavrão, elogiando a mãe de alguém; colei nas provas escolares. E, quando alguém cometia uma infração no trânsito, o elogiava: - aí, batuta. Quem não é contraventor? Ah! Os nossos delitos de todos os dias. Não me consta que contravenções são motivos para ser conduzido ao inferno! Nem sei se está na lista de pecados.

    Hoje, em virtude de problemas de mobilidade, dificilmente saio do meu apartamento. Deste promontório, qual navegante, contemplo as ondas encapeladas da cidade: o caminhar de gentes, miríades de falas, o ronco dos motores. Essa massa sonora invade a minha privacidade. Dela, me esquivo, plantando o meu jardim no meu latifúndio de quatro metros quadrados da varanda. A copa das mini árvores como de manjericão, orégano, salsinhas e  cebolinhas – abafa o som das ruas. Assim, posto em silêncio, leio, escrevo e sonho.  Sei o resultado: uma crônica ou um conto.

    A procura de palavras leva-me a um texto de Rubem Braga. Ou de Rubem Alves. Talvez ao Carlos Drummond de Andrade. Sei quem me aguarda na esquina para um papo:  Machado de Assis. Falamos sobre seus contos - Uns braços, Missa do Galo e Conto de Escola. Dom Casmurro me conduz, pela enésima vez, à alma tortuosa de Bentinho. Assim, vou me estimulando a criar um novo texto. Talvez uma crônica ou um conto. Ainda não tenho fôlego para escrever um romance. Um dia, quem sabe...

    Faço um levantamento de atividades que não fiz e deveria ter feito:

        1) um texto sobre a dissertação de mestrado a respeito do Museu de Santo André e a Difusão da memória cultural local que a Rosi Rampazo  defendeu  na ECA/USP. Minha omissão me incomoda;

        2) Outro silêncio me incomoda. Agora, sobre a tese de doutorado de Suzana Cecília Kleeb na Universidade Federal do ABC sobre -Metamorfoses da Sociabilidade brasileira: Estudos nas configurações territoriais da Bocaina (Vale do Paraíba, SP) e do Lago de Sobradinho (Bahia).

        3) Inseri um texto pobre (que me envergonha) sobre Dalila Teles Veras e sua fiel escudeira Maninha na administração e na promoção de ações culturais no Alpharrabio Espaço Cultural. Inclui esse texto no meu último livro – Professor, Detesto Suas Aulas! e a Reforma do Pensamento.  Elas merecem um texto mais substancioso, tanto fazem em favor da animação cultural no ABC. A região as aplaude. Elas sabem do motivo da pobreza desse texto:  ausentei-me do Alpharrabio por mais de uma década, em virtude de meus problemas de mobilidade e dores na coluna vertebral, motivo de me faltarem informações atualizadas.

       Além do meu silêncio sobre os trabalhos da Rosi Rampazo, Suzana Cecília Kleeb, Dalila e Luzia Teles Veras, gostaria de escrever uma história do Colégio Singular/Anglo Vestibulares, cujo Departamento de Cultura, embora iniciado pelos professores Flávio Alarsa e Carlos Straccia (in memoriam), eu e a Mônica Cardella demos sequência ao longo dos anos de 1985 a 2000.

    Preciso falar a respeito com Paulo Roberto De Francisco e Paolo Gamboji, diretores do Singular/Anglo, municiado de documentos, reportagens, depoimentos , fotografias, entrevistas, inclusive um TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, de uma aluna da ECA/USP sobre o Teatro Singular. Aliás, o diálogo com Paulo e Paolo tinha sido iniciado, mas foi interrompido pela pandemia de coronavírus. Precisamos retomar.

    Não podemos adiar muito a tratativa porque, conforme já exposto, ingressei, hoje, na última década da minha vida produtiva. Tenho memórias sobre o Singular/Anglo desde os primórdios, quando foi fundado em 1966 e a região do ABC ingressava na modernidade industrial com a instalação da indústria automobilística e da indústria química. Sou mais do que testemunha da História do Singular/Anglo, sou um dos protagonistas. Caso eu morra, uma fonte de informações terá se silenciado. Será uma pena porque o Sistema Singular/Anglo é um projeto pedagógico bem sucedido. Enquanto aguardo uma reunião com Paulo Roberto e Paolo, curto a trajetória da minha vida. Envelhecer é ingressar no labirinto do tempo.




    Noventa anos. Quase um século. Poucos atingem essa idade. O que aprendi de essencial ao longo da minha existência? Apenas palavras através da leitura e da escrita e de meus mestres.   Este o motivo de tornar-me professor. Sou o semeador de palavras. Sei que muitas palavras caíram  o deserto e morreram. Outras sobre o solo fértil e germinaram; cresceram  e produziram frutos.

    Nesta idade outonal, três palavras tornaram-se mais presentes no meu cotidiano: silêncio, solidão e santidade e seus fundamentos: espiritualidade, transcendência e empatia. 

    O silêncio tem vários sentidos: o do omisso que não quer envolver-se com nada. Há também o silêncio de quem protesta. Neste caso, o silêncio fala. Há palavras nesse silêncio. Há um sentido implícito no não-dito. O silêncio é a respiração das palavras. Para ouvir o silêncio, é preciso desenvolver a escuta sensível. Escutar significa estar atento para ouvir o outro. O prefixo e do verbo escutar ( como o prefixo ex do verbo exteriorizar) dá o sentido e o movimento ao verbo: de dentro para fora. É preciso estar  preparado para dentro para ouvir o outro. E estar preparado significa intersubjetividade e transpessoalidade. Assim, a escuta sensível é um trabalho sobre si mesmo – preparar-se para ouvir o outro. Então, eu sou, ao mesmo tempo, o ser-que-fala e o ser-que-escuta. Um jogo de espelhos. Assim, se estabelece a  comunicação no sentido de tornar comum um ação, um pensamento, um sentimento. E comunicação se efetiva  quando duas ou mais pessoas sabem e gostam de ouvir, sabem e gostam de ser ouvidos. Então, as pessoas atingiem um grau elevado de escuta sensível, resultante da congruência entre vivência, consciência e comunicação. Neste sentido, silêncio é comunicação.  

    Há solidão e solidão.

    A solução da loucura exclui o próximo. A solidão do misantropo  repulsa o semelhante e se fecha em si mesmo e não se comunica; A solidão do desesperado  o leva ao suicídio. Há também a solidão de cidadãos nas cidades, mineralizados na sua humanidade. O homem não foi criado para essas formas de solidão, mas tornaram-se. Para eles, a solidão equivale à tristeza e ao isolamento. 

    Tão apaixonado pela leitura, que tenho uma fortuna – uma biblioteca rica e variada que, se vender, pouco vale. Mas, lá estão as aventuras dos homens. O que deveria ter feito e não fiz?

                

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ágora da matrix



*Aldo Santos


Toda terça feira por volta das 19 horas, centenas de jovens das mais variadas regiões empobrecidas da cidade se encontram na praça da matriz em São Bernardo do Campo. Um espaço de liberdade e empoderamento do espaço físico urbano, embora, frequentemente reprimidos pelos agentes da repressão institucional.

Rola todo tipo de troca e cultura das mais variadas camadas sociais e faixa etária  cidade e região. É nesse contexto que procuro denominar de Ágora da Matriz. O conceito de ágora vem do mundo grego "ágora (ἀγορά; "assembleia", "lugar de reunião", derivada de ἀγείρω, "reunir") é um termo grego que significa a reunião de qualquer natureza, geralmente empregada por Homero como uma reunião geral de pessoas”. (https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora). Nas Ágoras Gregas também existiam as mais variadas trocas culturais, comerciais e profundas reflexões filosóficas, ainda pressentes nos dias atuais. A diferença é que naquele momento as praças públicas eram ocupadas pela Aristocracia Grega, sustentada pela imposição escravagista, e hoje, a garotada periférica, pobre, negra e excluída exigem o direito a cidade, tomando livremente a Ágora da Matriz para filosofarem nas batalhas culturais, como expressão da repulsa opressora do cotidiano capitalista.

Todos tem o direito à cidade e o poder público e religioso deveria expressar um sentimento acolhedor e protagonista de uma juventude que desafia os opressores, lutando pelo direito aos bens culturais produzidos, material e imaterialmente. Destacamos ainda a inovadora prática de distribuição e socialização de livros a juventude que tem sede e fome de conhecimento alternativo. Essa troca é fundamental no processo de formação e interação cultural de todos e todas. É preciso resistir, pois se na Grécia Antiga o filósofo Sócrates foi morto pela defesa de seu método de respeito aos escravos, as mulheres e a juventude, nos dias atuais a juventude constrói seu mundo de liberdade, igualdade ao arrepio das leis ditadas pelos históricos opressores da classe. Todos  e todas a Ágora e a Batalha da Matrix!!!


São Bernardo do Campo, 29/09/2015.



* Ex-vereador em SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filosofos do Brasil e da Executiva da Intersindical-Central da Classe Trabalhadora.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

13º Congresso de História do Grande ABC



13º Congresso de História do Grande ABC
Ribeirão Pires
Data: 25 a 27 de setembro de 2015
Tema: História, diversidade e identidade - o que nos une?


23/09: QUARTA-FEIRA

Local: Faculdades Integradas de Ribeirão Pires - FIRP/Uniesp
Av. Cel. Oliveira Lima, 3.345 - Pq. Aliança - Ribeirão Pires, SP

ATIVIDADE PERMANENTE: 

- Venda de livros autorais e editados por Hildebrando Pafundi

- Exposição do acervo da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires
- Exposição do acervo iconográfico do Museu Histórico Municipal Família Pires / Centro de -  Documentação Histórica (CDH)
- 18h - CREDENCIAMENTO


19h - CERIMÔNIA SOLENE

Execução do Hino Nacional Brasileiro e Hino de Ribeirão Pires
Músico Convidado: Robson Miguel
Discurso de abertura: Marcílio Duarte (Presidente da Comissão Organizadora)
Mesa Solene: Paulo Ansaldi (FIRP/Uniesp), Luís Paulo Bresciani (Consórcio Intermunicipal Grande ABC), Cassiano Filho (Secretário de Cultura e Turismo) e Saulo Benevides (Prefeito).

Entrega do título de Ordem do Mérito Cultural aos idealizadores do evento pelo Jubileu de Prata - 25 Anos do Congresso de História


20h - OS CONGRESSOS DE HISTÓRIA DO GRANDE ABC E AS TAREFAS DA POESIA

Realizado desde 1990 por uma iniciativa do Prof. José de Souza Martins , o Congresso de História do Grande ABC é um marco quando se trata de história regional e sua iniciativa é pioneira. Até então, as cidades – que se desmembraram umas das outras – discutiam isoladamente sua própria história, quando o faziam. O surgimento do Congresso de História e a sua realização por 25 anos ininterruptos ajudou a articular as sete cidades em torno do assunto e promoveu discussões importantíssimas sobre a região do Grande ABC, algumas até antológicas. Pode-se dizer, seguramente, que o Congresso ajudou os municípios a delinearem políticas públicas e a observarem melhor as suas práticas de preservação do patrimônio, por se constituir uma instância do exercício da cidadania e por assumir o papel – histórico – de incentivar a pesquisa e a reflexão no campo da história.

Palestrante: Dalila Teles Veras


24/09: QUINTA-FEIRA

Local: Faculdades Integradas de Ribeirão Pires - FIRP/Uniesp
Av. Cel. Oliveira Lima, 3.345
Pq. Aliança - Ribeirão Pires, SP

9h - CAFÉ DA MANHÃ
Local: Auditório


9h30 -  HISTORIOGRAFIA DO GRANDE ABC

Esta mesa homenageia Wanderley dos Santos a quem devemos várias publicações sobre os antecedentes históricos das cidades do ABC, baseadas em inestimáveis fontes primárias.  Pretende apresentar diferentes recortes sobre a produção histórica no Grande ABC paulista, quem escreveu sobre a história de nossas cidades, quais suas fontes, seus temas, seus objetivos, enfim como tem sido feita a "escrita da história" em nossa região..

Mediação: Maria de Lourdes Ferreira
Convidados: Paula Fiorotti, Cristina Toledo de Carvalho, Jorge Henrique Scopel Jacobine e Lenir Viscovini


11h - MEMÓRIA 2.0: INTERNET, REDES SOCIAIS E MEMÓRIA REGIONAL

Muitas vezes tomadas como sinônimo de futilidade e perda de tempo, as redes sociais têm tido também um importante papel: a de agregar pessoas com afinidades diversas, como socialização de informações e preservação da memória. A expansão do Facebook tem aproximado pessoas que tem interesses no maior conhecimento da história de suas cidades e tem sido responsável por um intercâmbio de conhecimentos com uma velocidade inédita na história. Essa mesa pretende discutir essas experiências no que tange ao ABC e à cidade de São Paulo.

Mediação: Renato Alencar Dotta
Convidados: Felipe Alexandre Herculano, Alex Martins,  Marília Tiveron e Martin Jayo

12h30 - ALMOÇO
Local: Átrio da Universidade


14h - HISTÓRIA DO USO DA ÁGUA NA REGIÃO DO GRANDE ABC

A região do Grande ABC enfrenta desafios ambientais por estar cravada em uma região metropolitana fortemente adensada e ocupada de forma desordenada. As cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e São Paulo são banhadas pelas águas da Represa Billings, um imenso reservatório idealizado nas décadas de 1930 a 40, mas hoje, aos 90 anos, o principal desafio é a sua recuperação e total despoluição. A mesa discutirá o uso da água nos sete municípios ao longo da história – Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra como área de proteção aos mananciais –os desafios da Billings, que tem sofrido por anos com esgotos domésticos, industriais e metais pesados e o agravamento da crise da água em São Paulo.

Mediação: Carlos Eduardo Gomes da Rocha
Convidados: Marta Marcondes e Dr. Rogério Iorio.


15h30 - CAFÉ DA TARDE E LANÇAMENTO DE LIVRO

Local: Auditório
Lançamento do livro: Migrantes Amparados: a atuação da Sociedade Beneficente Brasil Unido junto a Nordestinos em São Caetano do Sul (1950-1965), de Cristina Toledo de Carvalho.


COMUNICAÇÕES:

16h - O negro e os meios legais de sua inserção na sociedade em Ribeirão Pires
Cláudia Ferreira de Souza

16h15 - Praça Lauro Gomes
Manuel Filho

16h30 - Governos e marcas de gestão: uma breve análise sobre seus significados simbólicos
Marcio Marques

16h45 - História de Ribeirão Pires em fotos
Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires


18h - CAFÉ CULTURAL
Grupo Orbe
Kiko Capozzi (Viola Caipira) e Emerson Ribeiro

Idealizado em 2002 por Marcelo Capozzi,músico,pesquisador e luthier,o Grupo Orbe surge com a proposta de interpretar peças musicais de tradição oral do Brasil,amalgamadas à peças musicais da Europa medieval e renascentista. O instrumentário utilizado pelo Grupo Orbe é feito artesanalmente,oriundos da pesquisa sobre instrumentos musicais tradicionais do Brasil, como a viola caipira ou sertaneja, a viola de cocho(pantaneira), a rabeca de cabaça, a rabeca de madeira, flautas de bambu e rabeca de bambu. As peças musicais interpretadas pelo Grupo Orbe são na sua maioria , musicas coletadas na missão de pesquisas folclóricas de Mário de Andrade feita na década de 1930, período em que foi diretor do departamento de cultura da Prefeitura de São Paulo. A missão visava recolher material artístico e musical, em rincões do Brasil que ainda não haviam sido tocadas pelas mãos da industrialização.


19h - DIVERSIDADE E IDENTIDADE CULTURAL I – A QUESTÃO ÉTNICA NA HISTÓRIA DO GRANDE ABC

De acordo com a Unesco, a diversidade cultural representa um patrimônio comum e a maior oportunidade diante da humanidade, uma promessa de renovação e dinamismo, força motriz de inovação e desenvolvimento. De que forma a diversidade contribuiu para o ABC Paulista se tornar a região que é hoje? Qual o papel das diferentes etnias no seu desenvolvimento? É justamente isso o que essa mesa se propõe a discutir: a contribuição dos índios e negros na formação do Grande ABC.

Mediação: Marcílio Duarte
Convidados: Elza da Silva Carlos, Cacique Tukumbó Dyeguaká Robson Miguel, Julio Abe Wakahara e Prof. Dr. José Vicente


25/09: SEXTA-FEIRA

Local: Faculdades Integradas de Ribeirão Pires - FIRP/Uniesp
Av. Cel. Oliveira Lima, 3.345
Pq. Aliança - Ribeirão Pires, SP

9h - CAFÉ DA MANHà
Local: Auditório

9h30 -  MEMÓRIA E COLECIONISMO - A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES PARTICULARES NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA

No mundo inteiro, pessoas colecionam objetos, assessórios, armas, bonecas, brinquedos, discos, revistas e jornais, além de diversos outros tipos de objeto. Seria o colecionismo uma forma de preservar a memória ou simplesmente a prática de guardar, organizar, selecionar, trocar e expor itens organizados por categoria? Por que colecionar? Esta mesa discutirá a importância do colecionismo e a preservação da memória sob a perspectiva histórica do Grande ABC.

Mediação:  Prof. João Paulo Oliveira
Convidados:  Octavio David Filho, Prof.ª Silvana Lampi, Luiz Domingos Romano, Cecília Auxiliadora Bedeschi de Camargo e Walter Adão Carreiro


11h - A ATUAÇÃO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE  DEFESA DO PATRIMÔNIO NO ABC

Desde a criação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo, em 1968, os municípios têm se esforçado em adotar políticas de promoção, proteção e salvaguarda do patrimônio cultural. Na região do ABC não é diferente. No entanto, embora os municípios ser esforcem, a preservação ainda está longe do cenário ideal. Quais seriam os problemas? Quais os desafios para cidades de economia complexa, como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, regulamentadas por legislação específica? Como lidar com a preservação do patrimônio em cidades industrializadas como Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá? Qual a importância dos conselhos na preservação da Vila Histórica de Paranapiacaba?

Mediação: Marcelo de Paiva
Convidados: Prof. Maurício Tintori Piqueira, Nilo de Matos Almeida, Flávio Augusto de Campos, William Puntschart, Maria Luiza Zaragoza Gagliardi  e Ênio Moro


12h30 - ALMOÇO
Local: Átrio da Universidade


14h - O CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL GRANDE ABC: 25 ANOS DE AÇÕES REGIONAIS

Nesta mesa, o representante da UFABC e o do Consórcio Intermunicipal Grande ABC falam sobre a atuação da Instituição resgatando o histórico de 25 anos, desde a sua criação até a atualidade. O Grupo Temático de Arquivos participará da mesa como um dos exemplos de GT. É um dos grupos de destaque por ser um dos mais recentes e por atuar na preservação da história documental da Região.

Mediação: Hamilton Lacerda
Convidados:  Jeroen Klink, Luís Paulo Bresciani, Simone Bello e Marcelo Antônio Chaves

15h30 - CAFÉ DA TARDE
Local: Auditório
Lançamento dos livros: Alma Errante e Ensaios, Contos & Crônicas, de João Antônio Ramos.
ÍNDIOS – Uma história contada pelos verdadeiros donos do Brasil, de Robson Miguel.


COMUNICAÇÕES:

16h - O projeto cartografia cultural do ABC
Luiz Eduardo Tavares e Miguel de Castro Perez

16h15 - O papel da imprensa na preservação da memória - o caso da Revista Aqui!
Marcio Marques
  
16h45 - Pilar de Luz: estudos para registro e salvaguarda da Festa do Pilar
Marcílio Duarte

17h - OFICINA: O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PIRES

A oficina propõe contar a história da cidade de Ribeirão Pires e de seus patrimônios históricos, enfatizando importância da preservação dos mesmos. A legislação que rege a questão patrimonial também será abordada e debatida. Será abordada a participação popular na defesa dos bens da cidade e também uma conversa com os membros da Conselho do Patrimônio Cultural e Natural de Ribeirão Pires.

Mediação: Núcleo de Pesquisa de História da FIRP (Laís Hidalgo, Madalena Oliveira Lima, Paulo Pisserá e Guilherme Craveiros)
Organização:  Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (Firp/Uniesp)
Coordenação: Prof. Maurício T. Piqueira (Coordenador do Curso de História)


18h - CAFÉ CULTURAL  - ALÔ BRASIL (RIBEIRÃO PIRES)

O show "Alô, Brasil!" é um convite a pensar, desvendar, perceber, criticar e reverenciar o Brasil através de imersões musicais e poéticas. Pautado por uma ambientação ritualística, utilizando projeções visuais, adereços e maquiagens cênicas, encabeçado pelo violão e voz de Arthur Vital, acompanhado dos vocais, percussões e performances de Joyce Nogueira, o  show “Alô, Brasil!” se alicerça na alternação de duas vozes que se vestem, ora se confrontando, ora se complementando. As canções são enraizadas nas tradições de samba, forró e outros ritmos autenticamente brasileiros sem deixar de lado as influências da  Bossa Nova e da Tropicália. O resultado é uma música, autêntica, contemporânea, que tem como pilar a riquíssima cultura brasileira. Através de letras que abrangem questões existenciais e sociais o show transita  por uma seara nativista, pelo universo sertanejo e pela realidade urbana do Brasil levantando a poeira que acoberta os valores e a hipocrisia nacionais. Teatral, espontâneo e espiritual "Alô, Brasil!" dá um passo à frente na procura pela sabedoria em reconhecer a vocação de nossa gente.

Com: Arthur Vital e Joyce Nogueira


19h - DIVERSIDADE E IDENTIDADE CULTURAL II: A QUESTÃO DO GÊNERO NA HISTÓRIA DO GRANDE ABC

Diferentemente da realidade de algumas décadas atrás, as mulheres do Brasil contemporâneo estão cada vez mais presentes nas fábricas, universidades e na política. No entanto, institutos de pesquisas revelam que ainda há um longo caminho a percorrer para a solução de problemas que estão na contramão de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Dados também comprovam o aumento da violência contra a comunidade LGBT, motivados por ódio e incompreensão dos direitos civis exigidos por seus representantes. A violência ocorre de todas as formas, manifestando-se também em discriminação psicológica, física e simbólica. Qual a contribuição da mulher e da comunidade LGBT para o desenvolvimento social do Grande ABC? Que dificuldades enfrentaram e quais as perspectivas para o futuro?

Mediação: Neusa Borges
Convidados: Prof.ª Reny Scifoni Schifino, Silvia Fasioli, Silvia Altafim


26/09: SÁBADO

Local: Faculdades Integradas de Ribeirão Pires - FIRP/Uniesp
Av. Cel. Oliveira Lima, 3.345
Pq. Aliança - Ribeirão Pires, SP

9h - CAFÉ DA MANHÃ
Local: Auditório

9h30 -  PEÇA TEATRAL: ROCA DE FIAR

“Roca de Fiar” é um espetáculo cênico musical. Em cena quatro músicos e três atrizes formam uma banda cênica que conta, através de sonoridades e canções, um pouco da história das primeiras tecelagens de uma cidade que era tipicamente rural e transformou-se bruscamente em um polo industrial. Cada música busca revelar e narrar essas transformações também no que diz respeito ao universo cultural, ritmos como o samba, os cantos de trabalho, o maracatu, a bossa nova e outros revelam pela sua sonoridade característica as mudanças ocorridas no universo simbólico do sujeito, que busca adaptar-se ao novo contexto. Entremeadas pelo fio condutor da música, as atrizes dão lugar às personagens que revelam falas e histórias de fiandeiras (costureiras e bordadeiras) que ainda vivem nas grandes cidades. Em tom épico, as memórias de panos e costuras das atrizes são resgatadas. A questão central de “Roca de Fiar” é a arte de tecer e sua poética desdobrada no modo de estabelecer relações, no modo de preservar, revelar, compartilhar e resgatar a memória.

Elenco: Camila Shunyata, Roberta Marcolin Garcia e Vivian Darini. Dramaturgia: Adélia Nicolete.

11h30 - DEBATE

12h - CARTA-MOÇÃO

A cidade de Mauá apresentará a devolutiva da Carta-Moção entregue no 12º Congresso de História, realizado em 2013. Após a apresentação, será feita a entrega da carta-moção do 13º Congresso de História.

12h30 - ATO OFICIAL

O Secretário de Cultura e Turismo de Ribeirão Pires entregará à Secretária de Educação e Cultura de Rio Grande da Serra o título de anfitriã do 14º Congresso de História, a ser realizado em 2017.

12h30 - PASSEIO TURÍSTICO DE ÔNIBUS

Coordenação: Marcelo Liochi (Diretor de Turismo) e Dario Bello (Coordenador de Serviços)
Guias turísticos: Glauber Soares e Aline Marques


domingo, 8 de janeiro de 2012

A propósito dos 21 anos do Consórcio Intermunicipal do ABC - I

Consórcio Intermunicipal comemora 21
anos e presta homenagem a Celso Daniel

Hildebrando Pafundi

     Neste quase final do ano 2011, no dia 19-12, o Consórcio Intermunicipal das Bacias do Alto Tamanduateí e Billings, mais conhecido como Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que congrega as sete prefeituras da Região, comemorou 21 anos de fundação, prestando homenagem ao seu idealizador e um dos fundadores, Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, com a inauguração do Centro de Memória e Documentação, no subsolo da sede própria, na Avenida Ramiro Colleoni, 5, Centro, Santo André. O espaço abriga a história do Consórcio ABC, parte da memória das cidades da Região e o acervo pessoal do ex-prefeito: 750 livros, além de artigos e esboços.
     A solenidade de comemoração ocorreu no andar térreo do prédio, com a participação do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, do presidente da entidade e prefeito de Diadema, Mário Reali, deputados federais e estaduais, outros prefeitos do ABC, vereadores, diversos secretários municipais, representantes da sociedade civil e demais personalidades, onde ocorreu também a posse de um membro titular e um suplente de diversas entidades da sociedade civil, que poderão participar das reuniões deliberativas do Consórcio, que a partir do ano 2010, passou a fazer parte dos Consócios Públicos de Governo.
      O prefeito Mário Reali fez a abertura contando um pouco da historia do Consórcio, fundado em 19 de dezembro de 1990, na Câmara Municipal de Santo André, tendo Celso Daniel como primeiro presidente, eleito no ano seguinte e reeleito em 1992. O estatuto do Consócio ressalta que a eleição ocorre uma vez por ano entre os sete prefeitos, sendo eleito um presidente e um vice, a cada ano, com direito a uma reeleição. Em 1993 foi eleito o então prefeito de Ribeirão Pires na época, Valdirio Prisco, também reeleito no ano seguinte. O ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Walter Demarcchi, foi eleito em 1995, e assim foram se sucedendo as eleições de prefeitos, com poucas reeleições.
     O ministro Gilberto Carvalho, lembrou que sua “história tem grande influência do Celso e toda sua experiência de gestão, de governo começou em Santo André”. Mais adiante, frisou: “Na minha vida, Santo André e o Celso teem um espaço muito especial. A forma como ele nos deixou também doeu muito”. O ministro Gilberto era um dos quadros petistas mais próximos de Celso Daniel, ocupando o cargo de Secretário de Governo. O ex-prefeito foi assassinado em 2002.
     Após essa solenidade, Mário Reali informou que o Centro de Memória seria inaugurado no subsolo com a presença do ministro Gilberto Carvalho, demais personalidades e repórteres fotográficos. A antiga namorado de Celso Daniel na época da sua morte, Ivone Santana, acentuou que é a primeira vez que os arquivos pessoais do ex-prefeito são divulgados ao público e entende que é o momento de começar a organizar a sua memória. Todo o acervo estava depositado na Escola de Governo, também idealizada por Celso Daniel.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cabrabode, filme de Miltton Santos no Cine Popular, em SBC

O  C A B R A B O D E



Será lançado no dia 17 de dezembro o filme Cabrabode  que narra a história de uma família pobre do sertão nordestino, que sem ter o que comer, o pai sai a procura de alimento e acaba por ganhar de um fazendeiro os culhões de um bode que acaba de matar,agradecido leva para casa,come e vira um bicho horrível.

Filme produzido com moradores de uma comunidade do sertão da Bahia
Direção geral e idealizador: Miltton Santos
Música original de: Zé Campelo
Efeitos especiais: Sergio Pires Jr.



Exibição: 17 de dezembro de 2011 às 19h30min
Cine popular - Rua Santa Filomena, 545 – centro
São Bernardo do Campo
Preço meia entrada/único R$ 5,00