sexta-feira, 1 de abril de 2016

A Fábrica de Sal – Audiência (fevereiro de 2016) – algumas observações


Carlos Vinícius Várhidy*


Ribeirão Pires, um calor muito grande, em Comitiva, vamos à Audiência Pública para averiguar a triste situação da antiga Fábrica de Sal na referida cidade que sofre séries riscos de desaparecer com a pretensão do Prefeito municipal de ceder o terreno onde o patrimônio está localizado à iniciativa privada, para, em seu lugar, ser construído um Shopping Center.


imagem: dalila teles veras


Chegando à Câmara Municipal na hora referida da Audiência, um tumulto entre os contrários e a favor da situação deixa o presidente da sessão indignado ameaçando constantemente encerrar os trabalhos e alegando a falta de educação dos manifestantes como justificativa para esse procedimento.

Afinal, quem está errado, pelos seus atos? Os vereadores? Os manifestantes de ambos os lados?
Autoridades municipais e os favoráveis à construção do Shopping, não tiveram escrúpulos ao mandar os policiais parar a confusão que eles mesmos começaram. Esses mesmos manifestantes usavam de buzinas para provocar a confusão.

“Pela primeira vez em vinte anos, vemos esta casa cheia”- declarou o presidente um tanto quanto perplexo diante do plenária abarrotado de gente. Pelo visto, o presidente  nunca viu o povo de sua cidade.

Vergonhoso e revoltante, enquanto o povo não se manifestar ao lutar pelos seus direitos, vemos esse tipo de declaração perante a situação nas mais variadas instâncias políticas.

Declarações e mais declarações, pertinentes e fundamentadas, vindas dos favoráveis a Preservação da Fábrica de Sal, faziam com que a população vibrasse e comemorasse com muita alegria. Por outro lado também as falas dos favoráveis ao Shopping, incluindo as autoridades municipais, enfureciam e revoltavam essas mesmas pessoas.

Acredito que é cabível um estudo amplo do terreno e de projetos para o que fazer na estrutura do prédio, e que isso seja discutido amplamente entre a população e as autoridades municipais para que cheguem, enfim, a um consenso sem imposições da autoridade local e sem gerar mais conflitos. 


* Professor, graduado em história


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