quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Notícia sobre a reunião de agosto 2011

Dalila Teles Veras

No último dia 29 de agosto realizou-se mais uma reunião mensal do Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC nas dependências da Livraria Alpharrabio, em Santo André.
 

Nesta reunião, dentre muitas questões, foram levantadas preocupações em relação ao nível do debate cultural e político regional (ou ausência de) que, via de regra, é marcado pela lógica da indústria cultural e do mercado, em detrimento de um debate que contemple e exija, entre outras questões, políticas públicas consistentes e claras, nas quais, entre outras coisas, ação e formação, como obrigações constitucionais das gestões municipais.

Outras preocupações dos presentes manifestadas: No lugar da ação desejada, o que se vê, são anúncios de novos e/ou requentados mega-projetos, maquetes de edificações que não saem do papel e sequer são discutidas com a comunidade. Foram lembrados, neste quesito, a Vera Cruz e o Museu do Trabalho. No lugar do resgate da história do lugar, das ações, dos programas que deram certo, o apagão e o anúncio do novo, como se tudo fosse recém-nascido, graças aos iluminados de plantão no poder. Caso da Orquestra Sinfônica de Santo André, que anuncia "novos projetos" ressaltando um caráter de ineditismo e apaga uma trajetória de mais de duas décadas. Uma história mais do que meritória de formação de público da qual a cidade pode se orgulhar, hoje banida dos programas impressos. O novo ou o simulacro do novo como padrão de qualidade e mérito.

Outra preocupação levantada: a total ausência de guardas nos prédios públicos das cidades, que sofrem ações de vandalismo e pichações.

Ficou encaminhada a pauta da próxima reunião, no dia 26 de setembro, durante a qual será apresentado o livro Políticas de Governança, do Prof. Luiz Roberto Alves, seguida de debate com o autor.

O Fórum Permanente de Debates Culturais do Grande ABC, do qual este blog é porta-voz, foi criado em 2007 com o objetivo de estabelecer um processo participativo e crítico das políticas públicas da cultura e da ação cultural integrada na região do ABC. Trata-se de um grupo independente e aberto a todos os interessados, sem constituição jurídica, que vem discutindo, entre muitas questões, estratégias de atuação regional, incluindo a organização da comunidade cultural, o estabelecimento de canais de comunicação, e o reconhecimento da cultura como centralidade e valor inalienável da formação humana. Das reuniões mensais ininterruptas participam produtores cultura,s professores, artistas, ex-secretários de cultura, agentes culturais, estudantes e interessados em geral.

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